domingo, 18 de abril de 2010

Alento


Por vezes te esqueço, mas logo que fecho meus olhos te vejo.
Quisera eu estar diante de ti pra dizer que te esqueci.
Enches meus pensamentos de devaneios que estes viram desejos.
Por vezes, visualizo a silhueta da tua nuca, retrato da procura tua.
Minha alma se perde nos vítreos olhos teus... Meus anseios quero que sejam seus.
Tu partes levando uma parte minha e te faço poesia.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sábio Aprendiz


Aqui ninguém fala, mas muito minha cabeça diz; O silêncio estima as palavras que li; O livro transforma minha mente em juiz; A leitura move-me a fazer as observações que fiz. Sou dona de uma grande sabedoria, porém estas palavras tornam-me aprendiz.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Comodidade Incomoda


Não me incomodo, pois se incomodar é incômodo. Quem incomoda sente-se incômodo então se põe a incomodar. O agente incomodante usa artifícios incomodativos para incomodar o cômodo. Mas e se o objeto a ser incomodado ou cômodo não se incomoda? Acho que seria bastante incômodo para o incomodante cair na própria “incomodação”.

A palavra “incomodação” não existe, mas o incomodado adora usá-la.

Travesseiro de Pedra


Os sonhos me dão ânsia de viver mesmo quando estou a perecer.
Sonharei porque sou, sou, pois sonhei, sonhei porque fui.
Meus sonhos mantêm minha cabeça ao vento assim como mantêm meus pés no chão.
Sonhos dão-me conforto mesmo quando durmo em travesseiro de pedra.
Quem não sonha não quer, quem não quer não alcança, quem não alcança nunca sonhou; e quem sonha e não alcança não é digno de ser sonhador.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pequenos notáveis


Somos significantemente pequenos em relação ao universo. Pequenos em relação à Terra. Porém não deixamos de ter nossa importância, pois do que valeria sabermos da pequena notoriedade se fossemos insignificantes? Somos pequenos e pouco sabemos sobre o universo, mas grande nos tornamos quando tentamos desvendá-lo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Analogia


Finalmente ente! Demorou, mas hoje reconheço quem sou. Sou porque quis, não porque pedi. Não me achei, pois nunca estive perdida nem guardada, apenas me descobri. Sou uma herança, a junção de todos os meus “eus”, aqueles todos que me ajudaram a chegar até aqui. Não nego quem fui, por muitas vezes não tive orgulho de ser. Tento ser a que amanhã será, para sempre me lembrar e nunca ter que me achar.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Sorrir


Olhava-o com gracejo; divertido, retribuía o galanteio. Desviava o olhar mentindo distraída, fitava-o em seguida. Ria-se de mim, de ti, de si; rico é o momento onde se sorri. Alegro-me do dia que te conheci.